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De autoria de Raquel Nogueira, Talent Manager da Bee Engineering, este artigo de opinião foi publicado originalmente na edição número 130 da Revista Human. Pode ser consultado aqui e lido na integra de em seguida.
A tendência dotodos nós, seres humanos, de carregarmos nos ombros de forma excessiva osnossos problemas é algo quase intrínseco. A ansiedade, o medo, o desconforto ea insegurança ocupam de tal forma espaço que se torna quase impossível percebero que podemos ou não controlar.
Até então, osproblemas que referi anteriormente são certamente comuns a muitos de nós. Otrabalho, a vida pessoal e o equilíbrio entre ambos. Contudo, nos dias de hojetorna-se inevitável citar a questão que tomou conta do nosso quotidiano e danossa vida: uma pandemia, a ameaça à nossa liberdade e o medo de um futurototalmente desconhecido.
Clarificar apertinência desta questão é fundamental para que possamos continuar a encarar umanova realidade. Todos nós, em algum momento a colocámos e a transformámos numproblema dando-lhe o poder de nos inquietar e até, em alguns casos, de ameaçaro nosso bem-estar.
Os hábitosalteraram-se, a forma de trabalhar passou a ser outra, a forma de convivermudou radicalmente e podemos até dizer que as nossas vidas ficaram on hold.Nos dias que correm é-nos praticamente exigido a forma como devemos viver. Falardestes temas já não é, infelizmente, uma novidade sendo provavelmente o momentocerto para olharmos para o que foi possível retirar desta situação.
Esta crise, anível mundial, veio comprovar que o sucesso de uma empresa está nas suaspessoas e que é possível elevar o rigor e a exigência utilizando novasestratégias e métodos de trabalho.Agora mais do que nunca, as reflexões epráticas afetas à Saúde Mental ganharam uma maior relevância.
Do ponto devista da saúde mental, aceitar o que é imprevisível permite um ganho ao nívelda resiliência e do controlo da frustração. Possibilita a aceitação etolerância das emoções que nos causam desconforto, essenciais para aassimilação de uma determinada experiência.
No contextocorporativo, um meio de elevada competitividade, exigência e rigor, aimprevisibilidade do futuro parece estar a permitir que os momentos deintrospeção e auto cuidado ganhem maior expressão possibilitando a prática doexercício do que se pode ou não controlar.
E como é que podemos executar este exercício? Agindosobre as variáveis que podemos efetivamente manusear criando assim aoportunidade de satisfazer as necessidades de controlo.
- Não podemoscontrolar a resposta do cliente mas podemos controlar a informação que lhe étransmitida e de que forma;
- Não podemoscontrolar se a reunião irá ou não correr bem mas podemos controlar os meios decondução da mesma, garantido que a nossa internet e o nosso computador estão afuncionar bem;
- Não podemoscontrolar se o candidato vai efetivamente comparecer na entrevista mas podemoscontrolar a gestão que fazemos no nosso calendário e a forma como gerimos essamesma falta de comparência procurando perceber os motivos e adaptando-nostambém à realidade do outro;
- Não podemoscontrolar as respostas do candidato durante o decorrer da entrevista maspodemos controlar a forma como nos preparamos antecipadamente;
- Não podemostrabalhar no escritório mas podemos planear momentos de forma digital para quepossamos disfrutar da companhia uns dos outros; Num mundo onde a pandemia tomouas rédeas do nosso dia-a-dia a tecnologia desbravou terreno e ganha destaque acada dia. Estamos cada vez mais afastados mas paralelamente à distancia de um click.
Aquilo que estáao nosso alcance poderá sempre ser alvo de melhoria e trabalho mas as vivênciasde uma fase de vida como a que atravessamos parecem estar a captar a nossaatenção e a permitir uma melhoria continua na distinção daquilo que depende ounão depende de nós.